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Atualizado em: 
ter, 15/07/2025 - 11:18

O novo modelo envolve mais áreas, para dar conta da nova estratégia de operação, baseada no uso sob demanda, em maior velocidade de entrega e na ampliação do portfólio

FinOps é uma abordagem de governança financeira voltada para ambientes de computação em nuvem. Trata-se de uma prática que integra áreas técnicas, financeira e estratégicas. O termo FinOps é uma junção da palavra finanças a DevOps, que, por sua vez, é uma metodologia para acelerar a criação de aplicações e serviços, ao integrar e automatizar o trabalho das equipes de desenvolvimento (Dev) e operações de TI (Ops).

Com a transformação digital da administração pública, soluções em nuvem têm permitido a entrega de serviços mais ágeis, escaláveis e centrados no cidadão. A Dataprev começou a adotar a estratégia de multinuvem em 2024. O novo modelo de consumo tecnológico, baseado no uso sob demanda, requer, também, uma nova forma de gestão orçamentária e operacional. É nesse contexto que o FinOps se consolida como um elemento da governança digital.

O objetivo do modelo FinOps é maximizar o valor dos investimentos em nuvem, promovendo eficiência, transparência e responsabilidade compartilhada. Numa operação tradicional, cada vez que uma área precisasse expandir seus recursos, por exemplo, com mais servidores para atender a uma demanda do cliente, abria um processo de aquisição, a empresa lançava um edital e incorporava novos equipamentos aos seus ambientes. Isso muda muito no modelo da nuvem.

Uma das diferenças é o maior número de agentes envolvidos na gestão financeira. Além da área de infraestrutura tecnológica e de finanças, cresce a participação no processo das equipes de negócio, de produtos e serviços, e também de relacionamento com os provedores das nuvens (Cloud Service Provider ou CSP). De modo geral, os recursos não vão ser adquiridos no mercado a cada demanda, porque já fazem parte dos pacotes contratados junto aos provedores de nuvem.

Nesse cenário, se uma funcionalidade que usa linguagem de inteligência artificial será oferecida ao cliente, é preciso verificar, antes, se o contrato com o provedor da nuvem prevê aquele recurso e a que preço, quais os outros custos internos agregados ao serviço, qual a incidência de tributos para o faturamento para o cliente, entre outros dados, que estão em diferentes setores da empresa.

Outros aspectos que mudam são, de um lado, a velocidade maior de entrega dos produtos, que também exige rapidez da gestão financeira; e, de outro, a expansão do leque de serviços disponíveis, muito maior na nuvem. 

FinOps é, ao mesmo tempo, uma cultura organizacional, um modelo operacional e um conjunto de práticas que buscam otimizar os custos com serviços em nuvem. Promove uma atuação colaborativa entre equipes de tecnologia, finanças e gestão, proporcionando uma tomada de decisão mais rápida, qualificada e alinhada aos objetivos institucionais.

A prática se baseia em três princípios estruturantes:

- Colaboração interfuncional: diferentes áreas compartilham a responsabilidade pela gestão dos custos em nuvem, promovendo uma cultura de corresponsabilidade.

- Transparência de dados: todos os envolvidos têm acesso a informações detalhadas sobre consumo e gastos, o que permite análises mais precisas e decisões fundamentadas.

- Decisões orientadas por valor: a ênfase, além da redução de custos, é equilibrar desempenho, inovação e sustentabilidade financeira.

Framework

Um framework é uma estrutura pré-definida que fornece um conjunto de ferramentas, diretrizes e componentes para o desenvolvimento de aplicações. O modelo de atuação do FinOps é organizado em um ciclo contínuo de três fases, que se retroalimentam:

1. Informar (Inform)

Nessa etapa, são coletados e analisados dados de uso e custo da nuvem. O propósito é gerar visibilidade e criar relatórios que permitam às equipes entenderem como os recursos estão sendo consumidos. Essa fase abrange práticas como alocação de custos por centro de responsabilidade, previsão orçamentária e construção de painéis de monitoramento.

2. Otimizar (Optimize)

Com base nas informações coletadas, são identificadas oportunidades de economia e eficiência. Isso inclui o ajuste de capacidade dos recursos (rightsizing), a eliminação de instâncias ociosas, a negociação de contratos com provedores e o uso de reservas e descontos por volume. A automação de processos também é incentivada para garantir consistência e agilidade.

3. Operar (Operate)

A fase operacional estabelece rotinas de governança contínua, com definição de políticas, metas e indicadores de desempenho. A atuação passa a ser orientada por métricas e alinhada aos objetivos estratégicos da organização, promovendo uma gestão proativa e sustentável dos recursos em nuvem.

Capacidades e perfis

A implementação eficaz do FinOps requer o desenvolvimento de um conjunto de capacidades organizacionais, como segmentação de custos, análise de comportamento de consumo, automação de alertas e políticas, e benchmarking de desempenho. Essas capacidades são distribuídas ao longo das três fases do framework e devem ser adaptadas à maturidade da organização.

Além disso, o sucesso do FinOps depende da atuação coordenada de diferentes perfis profissionais:

- Engenharia e operações de TI: responsáveis pela provisão e manutenção dos recursos em nuvem, com foco em eficiência técnica.

- Gestores e planejadores: atuam na definição de metas, acompanhamento de indicadores e alinhamento com os objetivos institucionais.

- Finanças: cuidam da previsibilidade orçamentária, controle de gastos e conformidade com as diretrizes fiscais.

- Praticantes de FinOps: profissionais que promovem a integração entre as áreas, disseminam boas práticas e lideram a evolução da maturidade FinOps na organização.

No contexto da administração pública, o FinOps representa uma oportunidade para aprimorar a governança digital e a gestão dos recursos públicos. Assim como os cidadãos interagem com o Estado por múltiplos canais, os órgãos públicos utilizam diversos serviços em nuvem. As práticas FinOps permitem centralizar e qualificar os dados de consumo, eliminar redundâncias, aumentar a previsibilidade orçamentária e melhorar a entrega de serviços públicos digitais. Fortalecem a transparência, a eficiência e a responsabilidade fiscal, em consonância com os princípios da Estratégia de Governo Digital.

Implementação

A jornada de adoção do FinOps é progressiva e pode ser dividida em três estágios de maturidade:

- Início (crawl/engatinhar): foco na criação de visibilidade e nos primeiros relatórios de uso e custo.

- Intermediário (walk/andar): aplicação de políticas de otimização e início da automação de processos.

- Avançado (run/correr): governança madura, decisões orientadas por dados e integração plena entre áreas. 

A Dataprev tem um time interno que atua nessa orquestração de dados e processos entre as várias áreas envolvidas no FinOps. Foi criado na Divisão de Gestão de Produtos de Infraestrutura de TIC (DIPS), parte do Departamento de Gestão de Infraestrutura de TIC (DEGS), da Superintendência de Arquitetura, Produtos e Plataformas de Infraestrutura de TIC (SUAP), dentro da Diretoria de Gestão de Infraestrutura (DGI). 

A equipe de FinOps da Dataprev está engajando diversas áreas em discussões para disseminar a cultura de otimização de custos em serviços de nuvem. Em abril, a empresa sediou o primeiro evento presencial para discutir a adoção de FinOps no setor público do Brasil, organizado em parceria com a FinOps Foundation, um projeto da Linux Foundation para promover melhorias práticas e capacitar profissionais na gestão financeira da computação em nuvem. nk externo

A empresa está implementando, ainda, uma orientação técnica para o uso de “tags”. Todo recurso terá a indicação de qual cliente, área demandante, tipo de ambiente: produção, homologação, desenvolvimento etc. A expectativa é que, até o final do ano, esse procedimento direcione melhor o consumo e fortaleça a cultura de FinOps. Ao longo do tempo, espera-se a consolidação de um modelo robusto de governança financeira em nuvem, adaptado às exigências legais e operacionais da administração pública. 

Sobre o Dataprev Explica

O Dataprev Explica começou a ser publicado em  2024. O objetivo é esclarecer e traduzir termos, tecnologias ou temas relevantes da TI e da transformação digital. O conteúdo é publicado quinzenalmente nos canais oficiais da empresa. Confira alguns dos temas já abordados: 

Data LakeLink externo

Infraestrutura Pública Digital (IPD)Link externo

Plataforma DigitalLink externo

API: para facilitar a criação de aplicativosLink externo

Armazenamento de objetoLink externo

IA GenerativaLink externo

TokenLink externo

GPULink externo

UXLink externo

HiperautomaçãoLink externo

CNISLink externo

Plataforma UNALink externo

ConteinerizaçãoLink externo

Plataforma de Dados do ClienteLink externo

Low-code / No-codeLink externo

Sistema de Gestão de Serviços (SGS)