Usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no Portal Dataprev. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse nosso Aviso de Privacidade. Ao continuar navegando, você confirma que leu, compreendeu e consente com a utilização de cookies.
Interoperabilidade é chave para plataforma de governo digital, diz Assumpção
O presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, destacou a importância da governança de dados, durante o CDOIQ Latam Symposium 2024, evento sobre analytics, realizado dia 12, em São Paulo
A governança e a gestão de dados são peças chaves que podem promover o efeito dominó de alavancar de forma exponencial as plataformas e as soluções de governo digital, afirmou o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, durante palestra no Chief Data Officer and Information Quality (CDOIQ) Latam Symposium 2024. Segunda edição latino-americana do evento de dados e analytics apoiado pelo do programa de capacitação CDOIQ do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o simpósio foi aberto nesta terça-feira (12), em São Paulo.
Palestrante da sessão de abertura do simpósio, Assumpção destacou a necessidade de organizar os acervos de dados governamentais para incrementar serviços públicos, e também uma estratégia de uso responsável da Inteligência Artificial, que cubra o ciclo de vida dos seus produtos. Defendeu, ainda, o debate sobre a propriedade individual de dados, na direção de novos modelos para as pessoas exercerem maior controle sobre suas informações e usufruírem de benefícios concretos na economia de dados, com segurança e transparência.
O presidente da Dataprev indicou oito principais tendências de uso de tecnologias da informação e comunicação (TIC) de governo em 2023. A lista inclui segurança adaptativa, abrangendo sistemas ciberfísicos (que combinam software e partes mecânicas), cadeias de suprimentos, convergência de dados organizacionais, entre outros elementos; modernização de legados na nuvem; adoção de nuvem soberana; hiperautomação; Inteligência Artificial para subsidiar tomada de decisão; compartilhamento de dados para impulsionar colaboração e inovações; a chamada “experiência total” do usuário; e a construção de um ecossistema de identidade digital com sistemas interoperáveis – este último item, na opinião de Assumpção, uma “dívida antiga do Brasil com ele mesmo, que começa a ser resolvida com a Carteira de Identidade Nacional (CIN)”.
“O objetivo de tudo isso é o aprimoramento de políticas públicas, transparência, segurança, melhor utilização de recursos, evitar gastos redundantes”, resumiu o presidente da Dataprev. Nessa direção, também assinalou a importância de padronizar procedimentos relacionados a dados dentro do governo, especialmente em acervos que se encontram atualmente descentralizados, fora das empresas públicas de TI, e de garantir a interoperabilidade ampla de informações e processos.
Efeito dominó
Por sua capacidade de alavancar transformações, a governança de dados é como uma peça de dominó, comparou o presidente da Dataprev. Durante sua palestra, ele apresentou vídeo reproduzindo o experimento proposto em 1983 pelo físico Lorne Withehead, conhecido como “reação em cadeia de dominó”: uma primeira peça de 5 mm de altura, seguida por outras com uma vez e meia (1,5) o tamanho da anterior, é capaz de derrubar a 13º, com 50 kg e mais de um metro. Caso o vídeo tivesse enfileirado 29 dominós, o último a cair teria a altura do Empire State Building, de Nova York (EUA).
“Se nosso foco tem sido a Infraestrutura Nacional de Dados, a organização de dados, estamos falando de um dos dominós”, explicou Assumpção. “Pode ser a peça de 5 mm ou uma que já está no meio da cadeia, mas com potencial de expansão. Esse é um raciocínio que tentamos aplicar nos projetos: se ele tem potencial de derrubar a próxima peça, conseguir ser um elemento de encadeamento e crescimento exponencial, com esse impacto profundo que queremos.”
Nesse sentido, o executivo mencionou o programa federal Conecta, que promove a troca automática e segura de informações entre sistemas governamentais, para simplificação do acesso a serviços, dispensa dos usuários de apresentação de documentos, redução de custos e mitigação de fraudes, com ênfase na viabilização do Governo Digital. Trocas de interfaces de aplicação (APIs) estruturam o intercâmbio entre 95 órgãos do governo que aderiram à solução, oferecendo 977 serviços públicos (CPF, CEP, CadÚnico, validação biométrica, dados de saúde, CNPJ, Bolsa Família, Cadastro Rural, etc.). Até agora, são mais de 871,4 milhões de transações, com uma economia total estimada de R$ 3,88 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). “É o governo como plataforma”, sintetizou Assumpção.
A Dataprev atua com o mesmo propósito definindo internamente padrões para interoperabilidade, normativos estruturantes, automatizando, firmando acordos com clientes e parceiros. “O que nós buscamos é uma conexão com padrões para todo o governo, dentro e além do Conecta.gov, com normativos complementares, Infraestrutura Pública Digital, para que tudo esteja disponível para todos os entes, com definição de responsabilidades, para viabilizar a jornada do cidadão ao longo do percurso.”